Espaço de Trabalho do Futuro – Parte 3

Num outro texto, comentei que os espaços de trabalho seriam cada vez mais propícios à interação e à aprendizagem, seja de novas habilidades ou a partir de troca de experiências. Mas como estes comportamentos no trabalho são refletidos no espaço físico?

Há um princípio universal do design que diz: pé direito alto estimula o raciocínio abstrato, imaginação e planejamento; pé direito baixo inspira o foco e o raciocínio concreto, voltado a detalhes.
Além da característica mais arquitetônica relacionada ao pé direito, há a questão do layout, da disposição e posição do mobiliário.

Um exemplo interessante de analisarmos são as estações de trabalho do tipo bancada. Normalmente as relacionamos a áreas de foco e trabalho individual dentro do escritório, mas, por posicionarmos as pessoas umas de frente para as outras, nosso cérebro entende de outra maneira: que precisamos interagir, pois vemos a pessoa que está na mesa em frente. Para que efetivamente essas estações de trabalho propiciem o foco, é necessário que elas tenham um certo desenho que posicione as pessoas de maneira a não verem diretamente quem está na estação em frente.

Mas se o objetivo é apenas o foco direcionado no trabalho, então as mesas devem estar posicionadas de costas umas para as outras, com pontos focais próximos, e não distantes, fazendo com que o cérebro direcione sua energia para o assunto que está à sua frente.

No caso de mesas voltadas para a parede, este layout é propício ao foco, mas se tiver uma janela com vista para o horizonte, o abstrato é o que será estimulado. Portanto, profissionais que trabalham com números precisam destas barreiras visuais, já os profissionais que planejam ou criam, são inspirados a trabalhar melhor sem barreiras visuais tão próximas.

Luiz Gustavo Campos – arquiteto especializado em workplace