Nos últimos anos, vimos um crescimento da adoção de novas maneiras de trabalhar por uma quantidade cada vez maior de empresas, seja através do home office ou tele trabalho, coworkings etc.
Muitas outras empresas, ao contrário, têm muito receio de adotar o trabalho remoto, assim como o trabalho realizado fora da estação de trabalho ou das salas de reunião. Seja por ainda acharem que ver o seu colaborador na mesa dele é sinônimo de “estar trabalhando”, seja por questões de estilo de liderança ou qualquer outro motivo levantado por gestores.
De repente, em questão de dias, todas as empresas se viram obrigadas a adotar algum tipo de trabalho remoto para a empresa toda ou para um grande grupo delas. Equipes de TI, gestores de RH, Jurídico e a alta direção tiveram que mexer rapidamente para criar os mecanismos técnicos, as ferramentas de gestão à distância, alinhamentos de contratos de trabalho, entre outros. Tudo isso para que o trabalho pudesse continuar de alguma forma.
Na outra ponta, os colaboradores também se viram numa situação de ter de adaptar suas moradias para poderem executar seus trabalhos em casa, adicionando um novo componente à rotina da casa, juntando aí os filhos tendo aulas à distância, os serviços da casa – a maioria provavelmente dispensou mensalistas e diaristas, para que estes também pudesse se proteger e cuidar de seus familiares. Muitos se vendo com problemas de internet por conta de uma nova demanda que não tinham anteriormente.
Muitos ensinamentos, parâmetros, informações e experiências serão retiradas desse momento complicado, difícil, que servirão para entender como a dinâmica dos espaços de trabalho será após a volta à normalidade, normalidade esta que não será como antes da Pandemia. Falo isso partindo de alguns pontos:
– medição da produtividade neste período
– medição da satisfação e nível de stress dos colaboradores, levando em conta que há um stress específico da situação do isolamento social
– capacidade de adaptação dos colaboradores às novas maneiras de trabalhar
– capacidade de reavaliar o que é ser eficiente, o que é estar trabalhando ou simplesmente estar no trabalho – duas coisas bem diferentes
– tamanho e densidade dos espaços de trabalho – em recente webinar da Knotel, foi levantada justamente a questão do adensamento, que tende a ser menor justamente por conta dos fatores mencionados acima
Mais importante do que fazer uma planta com “X” números de assentos, de salas de reunião etc, será a análise do novo comportamento a ser adotado pelas pessoas, resultado de um confinamento que nos faz pensar sobre o peso e a importância das escolhas que fazemos quanto à nossa vida privada e social e o trabalho.
Importante será prestarmos atenção nas mensagens que estão sendo passadas pelas empresas para as quais trabalhamos, e se essas mensagens estão alinhadas com a maneira como nós iremos encarar o trabalho daqui para frente.
Grandes mudanças estão por vir e devemos nos preparar para elas.
Luiz Gustavo Campos
workplace strategist
RP Estúdio