Deixe-me tentar descrever um típico dia em sua vida.
Você acorda por volta de 7:30 / 8:00, salta da cama enquanto a máquina de café faz a sua mágica, chega no trabalho por volta de 9:00 – estou assumindo que você não trabalhe em um banco ou no setor público – e assim seu dia tem início.
O almoço é mais ou menos ao meio-dia, e então as horas passam.
A verdadeira questão é: onde isso vai terminar?
Se você é o típico funcionário que trabalha até as 18:00, existe uma grande chance de você estar levando trabalho para casa. Se você é pai ou mãe, tenta fazer malabarismos quando pega seu filho na escola e se apressa em casa para fazer o jantar. A maioria das pessoas veem esse cenário como equilibrado – work-life balance – por ter espaço para a vida pessoal durante o dia.
Imagino que a partir deste ponto você tenha a impressão de que vou dizer que work-life balance é um mito.
Primeiro de tudo, a palavra “balance”, equilíbrio, por si só indica que existe alguma forma de competição entre o pessoal (life) e o trabalho (work). Apenas se imagine comparando as horas consumidas pela sua vida no trabalho com aquelas consumidas por sua vida pessoal. Além disso, a maioria das pessoas que estão entrando pela primeira vez no mercado de trabalho acreditam na teoria que diz: “Meu trabalho requer 08 horas por dia e o resto do tempo gastarei com outras atividades”. Vixi!! Imagine a decepção.
Work-Life Integration
A verdade é que as linhas que separam a vida pessoal da vida profissional ficaram tão difíceis de enxergar, principalmente por conta de toda a tecnologia e o trabalho remoto virtual, que surgiu um novo conceito – work-life integration. Integração no lugar de equilíbrio.
A integração trabalho-vida é a fusão contínua do trabalho e da vida pessoal, de modo que a transição de um para outro não configure um problema. A revista Business.com considerou este termo como uma “alternativa mais adequada e realista para o trabalhador ambicioso e determinado, que não só atribui igual importância ao sucesso tanto do trabalho como da vida privada, mas procura lidar com ambos simultaneamente”. Fazer alguma atividade pessoal no meio da tarde, com o objetivo de destravar a mente exausta ou de renovação, ou um almoço tranquilo com a família em plena segunda-feira, em casa, por exemplo.
Termino com uma nota importante: se você quiser alcançar esse nível de integração trabalho-vida, você tem que amar o que você faz. Caso contrário, você também pode ser um robô-escravo para sua organização.
Conversaremos mais sobre esse tema em outro momento.
Luiz Gustavo Campos – arquiteto especializado em workplace